Com um excelente primeiro filme lançado em 2007, Transformers veio com a promessa de revitalizar a clássica franquia de brinquedos da Hasbro e da TV nos cinemas. Entretanto, a falta de consistência no roteiro e na direção fizeram com que a qualidade das sequências declinasse.

Os roteiros dos filmes muitas vezes apresentavam histórias confusas, repletas de subtramas desnecessárias e personagens pouco desenvolvidos. Além disso, a franquia começou a seguir uma fórmula previsível, com sequências de ação exageradas, diálogos clichês e com a falta de inovação e criatividade na direção que cansou uma boa parcela do público.

E com o plano de expandir o universo junto ao medo de perder seus fãs e enterrar seus personagens de vez, a Paramount optou por uma história que adotasse uma abordagem mais contida e que sutilmente servisse como um reboot da franquia. Foi então que eles escolheram um dos personagens mais queridos e reconhecíveis pelo público para ser o grande protagonista dessa história. E foi assim que Bumblebee nasceu nos cinemas.

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Graças ao péssimo histórico deixado pelos filmes anteriores, admito que mesmo gostando do personagem, não depositaria 1 real de fé para um filme solo do Bumblebee. Acontece que o primeiro teaser do filme me fez enxergar algo que me deixou bastante empolgado: Ele tinha uma boa história para contar.

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Bumblebee trouxe um tom mais leve e nostálgico em comparação com os filmes anteriores. E a opção por levar a história para os anos 80 traz uma atmosfera mais próxima dos filmes de aventura e ficção científica dessa época.

O longa consegue transitar muito bem entre esses dois gêneros sem confundir o público, e muito desse mérito está presente no roteiro de Christina Hodson, que conseguiu desenvolver uma incrível relação entre Bumblebee e Charlie (Hailee Steinfeld) de maneira profunda, criando uma conexão emocional que o público pôde se envolver, o que não era possível ver nos roteiros rasos apresentados anteriormente.

Além disso, a presença de outros Transformers na história mostrou mais personalidade para esses personagens, tornando-os mais interessantes e dando um gosto ao público do excelente potencial que eles podem ter nas mãos de um bom roteirista.

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E além de um excelente roteiro, a mudança de direção também trouxe ares igualmente positivos para esse universo.

Travis Knight era conhecido por seu trabalho em produções de stop-motion como Kubo e as cordas mágicas e ParaNorman, então sua entrada aos live-actions com um blockbuster como esse seria um grande passo em sua carreira, e ele soube lidar com essa responsabilidade com perfeição.

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Diferente da direção exagerada e sem noção de Michael Bay, Knight trouxe uma abordagem mais sutil a narrativa. Ele soube como controlar a relação entre os personagens presente no roteiro e potencializou ainda mais a emoção e a conexão entre eles.

E durante as sequências de ação, a direção optou por reduzir o foco nos exageros do passado e trouxe momentos de maior clareza e coesão para a porradaria entre Autobots e Decepticons. Tudo ali fazia mais sentido aos olhos do público, e isso também se dá graças ao ótimo trabalho da equipe de efeitos especiais que sempre foi assertiva com o visual dos personagens e conseguiu trazer a estética clássica da franquia para essa incrível nova versão.

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Bumblebee foi um feliz acerto por mostrar que com um bom controle no roteiro e na direção ainda há espaço para contar histórias mais envolventes e emocionais dentro do universo Transformers após anos de erros, basta esperar que esse acerto se repita nos futuros filmes desses personagens tão amados.