Retornar para Panem oito anos após o lançamento do último filme "A esperança Parte 1" lançado em 2015, certamente é uma experiência voraz para os fãs de Jogos Vorazes. Neste novo longo retornamos a capital mais querida ou odiada (depende do ponto de vista) para a 10° edição do jogos, onde pela primeira vez terá a participação de mentores para auxiliar os tributos e tornar os jogos atrativos para o público.
Contudo, nesta novo filme, o foco não é os jogos em si, ele faz parte de todo a historia que será contado em três atos: "Mentor", "O Prêmio" e "O pacificador". Mas seu foco real, é contar a história de Coriolanus Snow, e de como se deu a construção de seu caráter, o que ao meu ver, deixa tudo ainda mais interessante, porque não se trata de apenas de matança, mas de política, o que convenhamos, sempre foi essência desta saga, seja nos livros ou nos filmes.
O roteiro escrito por Michael Arndt e Michael Lesslie é impecável! E muito fiel ao livro, apesar de algumas mudanças, que por vezes, foram pontuais, outras não, mas a que mais me incomodou foi o fato de ter colocando alianças na arena pra agradar fãs, mas ainda assim, é perfeito.

Novos personagens são apresentados, como a maravilhosa e com a uma personalidade única e bela Lucy Gray Baird, interpretada por Rachel Zegler, que entregou um verdadeiro show de um belo pássaro mostrando muito bem toda a delicadeza, força e deboche de sua personagem.
Já o futuro presidente da Capital, Coriolanus Snow, foi interpretado por Tom Blyth, que soube bem trazer a essência de seu personagem para as telas, e isto fica evidente em diversos momentos, principalmente em suas interações com Lucy Gray. "Snow caí como a nove, sempre por cima de tudo" e sua atuação entregou muito bem isso, pois, apesar de não temos acesso aos pensamentos de Snow como no livro, não me pareceu romantizar uma personagem claramente ditadora e manipuladora. Mas ainda assim, a mensagem é passada, e eu até concordo com ele em alguns momentos.
Obs: Eu amo o Snow, mas passar pano não dá, né mores.
Mas o destaque de atuação vai para Viola Davis como Dr. Volumnia Gaul que escolha maravilhosa! A mulher sabe atuar, ela entregou tudo o que a Dr. Gaul é nos livros, os jeitos, os olhares, a forma de andar, até mesmo a expressão, me convenceu muito.

A direção ficou por conta do Francis Lawrence que fez um bom trabalho neste filme, amarrando muito bem os pontos que foram colocados no roteiro, e fazendo com que os atos fossem muito bem distribuído, apesar que o primeiro ato, ao meu ver, foi um pouco corrido, mas entendo que eram muitos detalhes para serem empregados em um único filme.

Agora precisamos falar sobre a cenografia deste novo capitulo de Jogos Vorazes. Meus amores, que cenografia foi esta que estava super, mega fiel a descrição do livro, todos os pontos possíveis para a produção que entregou tudo neste quesito. A cena da jaula é muito parecida quando se fala em cenário. Além disso, a fotografia também foi muito bem trabalhada com tons que remetiam bem a trama .

Por fim, A cantiga dos pássaros e das serpentes é um presente para os fãs da saga como mencionado, o sentimento de nostalgia é gritante em diversos momentos do filme, principalmente nas referências a trilogia como a canção "Árvore forca" que é um verdadeiro hino dentro desta saga, entre outras referências.
O filme é crítico, empolgante e politizado, mas ainda mantem uma áurea juvenil que me fez me sentir novamente com 17 anos de idade e louco por essa saga voraz. E sim, as coisas que mais amamosrealmente podem nos destruir, nisto Snow tem razão.
"São as coisas que mais amamos que nos destroem"
(Presidente Snow - Jogos Vorazes)