Fato irrefutável: O Homem-Aranha é um dos maiores heróis de todos os tempos! Desde que surgiu nos quadrinhos, o personagem traz grandes histórias e valores que cativam gerações de fãs ao redor do mundo, não apenas nos quadrinhos, mas também na TV e nos cinemas — neste, tendo três grandes atores dando vida ao personagem.
E após anos investindo no personagem apenas no live-action, a Sony Pictures decidiu que era hora de apresentar ao público uma nova e inovadora aventura do amigão da vizinhança, e em 2018 chega aos cinemas o GIGANTE Homem-Aranha no Aranhaverso.
Nesta obra prima, somos levados para a uma nova realidade do Multiverso Marvel, onde conhecemos Miles Morales (Shameik Moore), um jovem do Brooklyn que, após ser picado por uma aranha radioativa, recebe poderes similares aos do espetacular Homem-Aranha de sua realidade. Mas logo o jovem se no meio de um confronto de escala multiversal onde ele precisará da ajuda de diferentes versões do amigão da vizinhança para compreender as grandes responsabilidades do grande poder que tem enquanto tenta impedir a grande ameaça do Rei do Crime (Liev Schreiber).
Durante os 90 minutos de duração do longa, a narrativa nos apresenta a clássica história da jornada do herói. E com as décadas de legados do Homem-Aranha presente na memória de todo o público, é fácil reconhecer alguns elementos clássicos dessa jornada (seja com sua família ou com seu lado heroico) com um equilíbrio perfeito entre ação, emoção e comédia que só o cabeça de teia é capaz de ter, mas que ganha um destaque ainda mais positivo a presença de Miles Morales.
Deste os desenhos espalhados pelo quarto até a playlist de canções que escuta, o menino Miles carrega consigo uma identidade encantadora e que acrescenta demais a sua jornada de autodescoberta durante o longa, e esse é um saldo extremamente positivo para mostrar como ele pode ir além de versões consagradas do Homem-Aranha ou até mesmo novas versões como Gwen Stacy (Hailee Steinfeld) e o Aranha-Noir (Nicholas Cage).
Mas essa não seria uma crítica de Homem-Aranha no Aranhaverso se não falássemos do ponto principal do longa: A animação.
Após anos de uma padronização sobre qual o estilo de animação deveria chegar ao público (fortemente popularizada entre os filmes da Disney e Pixar), Aranhaverso traz muito mais que um conceito gráfico diferente, ele crava uma identidade visual que revolucionou a indústria quanto a estética envolvendo a narrativa e como o gênero merece ainda mais respeito.
A animação abraça elementos consagrados das histórias em quadrinhos nas telonas (como os balões de pensamento e os diversos quadros de arte em uma só imagem) e usa a estética de cada personagem e cada universo do Aranhaverso para refletir sua personalidade, enriquecendo a experiência visual para o público.
E da mesma maneira como falei de Miles, o acompanhamento da trilha sonora de Daniel Pemberton traz uma imersão fantástica ao saber dosar a trilha entre os momentos mais calmos e engraçados aos momentos épicos de ação onde vemos a beleza da animação mostrando os cabeças de teia se balançando e salvando o mundo contra os grandes vilões, fortalecendo-se cada vez mais como uma revolução não apenas para o Homem-Aranha, mas para toda narrativa do cinema de herói.
Homem-Aranha no Aranhaverso revoluciona estética e narrativamente ao abraçar os grandes poderes e as grandes responsabilidades de décadas de história para mais uma vez encantar as novas gerações e mostrar que qualquer um pode ser um herói. É um projeto que abriu caminhos para outros projetos inovarem em animação e merece todo o amor dos fãs desde seu lançamento — e deixando ainda mais ansioso para suas futuras continuações nesse ou em qualquer outra terra do multiverso.
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