Após Homem-Aranha no Aranhaverso apresentar uma nova (e excelente) versão do personagem e redefinir a visão da indústria sobre animação, a Sony tinha a importante missão de dar continuidade a obra prima que construiu. E após bons 5 anos de estreia, Homem-Aranha Através do Aranhaverso chega às telonas como uma resposta para a alta expectativa do público — mas será que ele conseguiu cumprir essa missão?

Spider-Man: Across the Spider-Verse' pulls in a heroic $120 million during  impressive opening weekend | CNN

Quando imaginamos uma sequência (principalmente no gênero de heróis), geralmente acompanhamos uma história que joga seguro dentro do universo já estabelecido e que poucas vezes deixa fortes ganchos para o futuro.

E com uma base estabelecida, Através do Aranhaverso opta por expandir os conceitos de seu multiverso e tendo um desenvolvimento de personagem e de narrativa ainda mais madura.

Spider-Man: Across the Spider-Verse' Gorgeously Elevates The Miles and Gwen  Multiverse

E amadurecimento é a palavra-chave que pode definir este filme, algo que não lembro de ver em uma obra do teioso desde Homem-Aranha 2 dirigido por Sam Raimi.

Acompanhar o crescimento da trajetória de Miles (Shameik Moore) junto a Gwen (Hailee Steinfeld) desde sua introdução às telonas anos atrás é lindo, pois a sequência nos apresenta uma nova perspectiva sobre suas grandes responsabilidade em ter que lidar com os desafios pessoais de ser um amigo da vizinhança e aprendendo muito sobre qual será seu futuro no mundo.

Spider-Man: Across the Spider-Verse' drops 1st trailer | River Country 101.7

A solidificação da relação entre Miles e Gwen mesmo após um período distante é incrível, mas a presença do vilão Mancha (Jason Schwartzman) e da visão antagônica e rígida de Miguel O’hara (Oscar Isaac) apresentam um desafio a essa relação, e também adiciona uma camada de ansiedade junto a todos os acontecimentos presentes no longa para o que pode acontecer no futuro desses personagens tão queridos pelo público — ansiedade essa que será curada apenas em março de 2024 (gritos internos).

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E esse amadurecimento que estou martelando aqui vai além da personalidade dos personagens, pois ele também se faz presente no roteiro e — principalmente — na animação.

A Sony segue os passos assertivos de seu antecessor ao trazer um traço estético único para cada personagem para agregar a identidade de cada personagem — como no caso do Aranha Punk de Hobie Reyes (Daniel Kaluuya), mas ela também impressiona quando decide nos levar para acompanharmos outros universos de teiosos, como é o caso da belíssima Terra-65 em aquarela de Gwen Stacy e na Mumbattan do carismático Pavitr Prabhakar (Karan Soni), dois cenários que não entregam apenas as melhores cenas de ação do longa, mas que encantam os olhos com a beleza abismal espalhada pela telona.

Second Official 'Spider-Man: Across the Spider-Verse' Trailer Debuts - WDW  News Today

Esse elogio estético se estende graças a presença de outras versões do herói no longa, elemento esse que não se destaca apenas pela nostalgia de décadas de projetos com o personagem na cultura POP, pois este fator referencial não é o ponto prioritário para o desenvolvimento para a narrativa, que cresce lindamente e não é nada rasa — fator esse que muitos projetos que tratam sobre Multiverso deveriam compreender, incluindo filmes e séries do próprio Universo Cinematográfico Marvel.

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Através do Aranhaverso ainda alimenta sua narrativa com elementos clássicos da trajetória do cabeça de teia, mas também apresenta um forte traço de originalidade que encanta ao fortalecer o papel de Miles Morales como um personagem extremamente essencial para carregar o legado do que é ser Homem-Aranha mesmo quando tudo e todos desacreditam de seu potencial ou de seu destino.

Além disso, o filme também estabelece terreno para o que torço ser o desfecho à altura dessa épica jornada introduzida ao público em 2018, onde as pontas soltas neste segundo filme sejam incrivelmente finalizadas e que ela possa abrir caminho para ainda mais aventuras com Miles e diversos outros personagens dentro desse incrível universo que é o Aranhaverso — e trazendo ainda mais valorização a animação para dentro da indústria cinematográfica, pois o longa também merece destaque outros elementos técnicos como a montagem e a sua espetacular trilha sonora que agrega a narrativa com maestria.

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Homem-Aranha Através do Aranhaverso é o amadurecimento e a revolução de tudo aquilo que já foi apresentado com o personagem através das décadas. É muito gratificante poder acompanhar algo tão incrível ser apresentado com esse personagem tão querido, e fico contando as horas para poder chegar aos cinemas e poder acompanhar o desfecho dessa jornada tão sublime ao lado de Miles Morales, Gwen Stacy e a grande vastidão de Aranhas que encantam todo o multiverso.

 

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