Com o lançamento do primeiro teaser de Thor: Amor e Trovão, muitos fãs ficaram encantados com os belíssimos cenários digitais apresentados no vídeo.
E um fato que muitos não devem saber é que a nova aventura do Deus do Trovão não está usando 100% de tela verde — como é de costume nas produções do Marvel Studios, mas estão fazendo uso de uma tecnologia que pode extinguir de vez o uso do chroma key dos sets de filmagem. E caso você tenha ficado curioso para saber que tecnologia é essa, essa matéria vai te explicar tudo direitinho.
Já é tradição que muitos blockbusters usem telas verdes ou até mesmo azuis para a criação de cenários. Isso pode acontecer por conta do orçamento que não permite levar toda a produção para locações em outros países ou se o filme precisar de cenários extravagantes que são feitos na pós-produção pela equipe de efeitos visuais.
Contudo, muitos atores não curtem esse tipo de cenário por conta da falta de referência de onde estão, e quando mal feito, esses cenários podem gerar estranheza para o público. E vendo o avanço dos últimos anos, a Industrial Light & Magic (empresa fundada por George Lucas) desenvolveu o StageCraft, que se baseia numa técnica de retroprojeção inventada na década de 1930.
Sei que parece confuso, mas vamos explicar melhor!
Essa foi uma técnica bastante utilizada na TV no passado, e o processo é bem simples: a produção filma uma imagem de fundo, projetava a imagem invertida em uma tela e colocava o ator ou a atriz na frente da tela, criando assim uma composição de cenário. E muitas vezes esse método era usado em momentos de diálogo onde o elenco se encontrava dentro de veículos, e a produção exibia imagens de rodovias ou ruas da cidade ao fundo, para simular movimento.
Não demorou muito para que essa técnica entrasse em desuso por conta do resultado falso que era deixado no resultado final, e os estúdios passaram a usar a boa e velha tela verde. E com o passar dos anos e com os avanços de tecnologia e efeitos visuais, a empresa de George Lucas conseguiu dar um passo adiante na criação de cenários digitais.
Com o StageCraft, ao invés de uma tela de retroprojeção, foi criado um conjunto de telas de LED com tecnologia Unreal Engine que exibiam um total de 28 Megapixels de resolução que envolviam todo o set.
Os cenários virtuais são projetados em tempo real, com todas as animações e efeitos de luz que são renderizadas em tempo real, e o diretor pode pedir alterações na fotografia ou até mesmo mudar a dimensão ou a posição de um objeto do cenário ali mesmo, sem precisar esperar chegar na sala de edição. Além disso, os atores não ficam com a imagem cortada de mal jeito e podem até interagir com personagens digitais, não se sentindo sozinhos no set.
A tecnologia fez sua estreia em 2019, com o lançamento de The Mandalorian no Disney+, onde metade da produção foi rodada com o uso do StageCraft, e o resultado da imersão foi extremamente satisfatório para o elenco e a produção.
E além do seriado do universo Star Wars e o novo filme do Thor, a tecnologia foi utilizada no processo de filmagens de Batman de 2022, além de ser usada no set de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e na futura série de Percy Jackson e os Olimpianos. E com o tempo, é de se esperar que mais projetos na TV e no cinema se apropriem dessa técnica e diminuam o uso das telas verdes.